Agradecimento do Pe. Mauro na Celebração do seu Jubileu de Prata

Bem, são vinte e cinco anos de presbitério, são vinte e cinco anos de sacerdócio ministerial, são vinte e cinco anos de padre, vinte e cinco anos de serviço a Deus, a Cristo, ao seu Evangelho e ao seu povo na construção do seu Reino.
Vinte e cinco anos de acertos e erros, com um sempre sincero desejo de acertar. Vinte e cinco anos da minha vida, pois é impossível separar o que sou eu de quem eu sou. Minha vida é ser Padre, ser padre é minha vida.
Deus me deu a graça, não por meu mérito, mas por sua incondicional misericórdia, pois tenho certeza de que nunca fui digno de tão santo serviço e nem sempre correspondi como devia aos apelos de Deus. A Ele, assim, minha enorme gratidão e meu envergonhado pedido de perdão.
De toda forma foi o amor de Deus que me moveu até aqui e eu quero continuar vivendo por este amor. Só amando vale a pena viver! Só amando vale a pena ser padre!
Preparando-me para este jubileu, várias questões e reflexões tocaram o meu coração. Lembrança desde os meus primeiros passos como vocacionado até os dias de hoje e, lhes confesso que tudo que vivi, só tenho a agradecer. Olhando com os olhos da fé percebo que Deus foi conduzindo os meus caminhos, para que meu ministério pudesse produzir alguns frutos dignos da minha missa. Completo estes meus vinte e cinco anos, assim, cheio de alegria, alegria que compartilho com todos vocês, com minha querida mãe, com minhas irmãs queridas, com meus irmãos no presbitério, com as religiosas, com os seminaristas, com meus parentes, com meus amigos, de ontem e de hoje. Nesta alegria quero lhes afirmar:
Valeu a pena ser padre!
Valeu a pena pôr-me a seguir a Jesus Cristo, sendo sinal dele como cabeça do seu Corpo Místico, a Igreja.
Valeu a pena por fazer crescer no mundo, por onde passei a esperança da realização do Reino de paz e de justiça, de vida e de verdade.
Valeu a pena a vida Franciscana, que vivi durante seis anos e toda a formação que recebi pelos seminários por onde passei.
Valeram a pena os dezoito anos que vivi em Teófilo Otoni, e estes onze anos na Diocese de Osasco, como valeram a pena!
Valeu a pena ser padre por cada pessoa que aconselhei, por cada enfermo que ungi, por cada criança que batizei, por cada pessoa que, em nome de Deus, abençoei.
Valeu a pena ser padre por cada reunião da qual eu participei, por cada aula que dei nos seminários, por cada palestra, por cada retiro que preguei, por cada curso que ministrei.
Valeu a pena ser padre por ter tido tempo e espaço, para encontros íntimos com Cristo.
Valeu a pena acreditar numa Igreja de comunhão e participação.
Valeu a pena buscar a realizar a liturgia como ato comum promovendo a participação plena, consciente, ativa e criativa de todos os fieis, por tentar viver uma Igreja com os pobres, numa Igreja em que todos são irmãos e ninguém é maior que ninguém, por cada gesto de caridade, de generosidade, que o Senhor me concedeu realizar (apesar do meu temperamento difícil), como valeu a pena ser padre.
Valeu a pena pelo entusiasmo, pela pastoral orgânica e organizada que sempre tive e pela valorização que dei aos leigos entendendo-os como protagonistas da evangelização e não meros ajudantes.
Valeu a pena por cada vocação brotada das comunidades por onde passei e pelas religiosas com as quais convivi, respeitei e colaborei.
Valeu a pena ser padre e como padre, fazer tantos amigos, pois se há alguma coisa que vale a pena é ter amigos.
Valeu a pena crescer, sofrer, e com isso amadurecer.
Valeu a pena viver assim.
Valeu a pena ser padre assim, e continuará valendo, por mais cinco, dez, vinte e cinco ou quantos anos Deus permitir, sempre com a sua Graça, porque sem ela nada sou, sempre com a luz de Cristo e com auxilio maternal da Virgem da Escada.
SIM! Valeu a pena e sempre valerá!
Obrigado!